Ciencias Naturais 8º

Thursday, January 25, 2007

Catástrofes: perturbações no equilíbrio dos ecossistemas

Na Terra têm lugar fenómenos de origem diversa que podem pôr em perigo, ou mesmo destruir, não só a estrutura e funcionamento dos ecossistemas naturais como vidas humanas e bens. Esses fenómenos, por vezes, com consequências dramáticas, constituem autenticas catástrofes, as quais podem ocorrer naturalmente ou devido à intervenção humana. As perturbações naturais dos ecossistemas fazem parte da história da Terra e os ecossistemas sempre encontraram forma de readquirir o equilíbrio.
Terramotos, maremotos, erupções vulcânicas, inundações, secas prolongadas são, entre outros, fenómenos naturais que podem provocar grandes alterações na vida da Terra.
Com o desenvolvimento dos conhecimentos e através de técnicas cada vez mais eficazes, tem vindo a ser possível prever a ocorrência de algumas catástrofes, como por exemplo, furacões, erupções vulcânicas e inundações. Em muitos casos desenvolvem-se medidas de prevenção, que incluem a evacuação de populações e a preparação antecipada de planos de socorro e de ajuda em caso de catástrofe.

Fluxo de Energia e Fluxo de Matéria

Cadeias alimentares

O sol é a fonte primária de energia para os ecossistemas. As plantas captam a energia luminosa e transformam-na em energia que fica contida nos compostos orgânicos que elaboram. Pela fotossíntese, em presença de luz, utilizam dióxido de carbono, água e sais minerais e produzem compostos orgânicos que passam a fazer parte do seu próprio organismo. As substâncias orgânicas são aquelas que possuem pelos menos carbono, hidrogénio e oxigénio. As plantas são por isso seres produtores (autotróficos) nos ecossistemas.
Os seres que se alimentam de outros seres, ou seja, que se alimentam de matéria orgânica a partir da qual produzem a sua própria matéria orgânica chamam-se de consumidores (heterotróficos). Os consumidores podem ser de várias ordens consoante a sua distância aos produtores. Assim se o ser se alimenta de um produtor é consumidor de 1ª ordem, se o ser se alimenta de outro ser e esse é que se alimenta do produtor então é um consumidor de 2ª ordem e assim sucessivamente.
O conjunto de organismos que num ecossistema tem o mesmo tipo de alimentação constitui um nível trófico.

Os decompositores

Podem ser bactérias ou fungos e são responsáveis pela decomposição da matéria orgânica dos cadáveres, dos excrementos e dos detritos animais e vegetais em substâncias minerais que retornam ao meio, podendo ser reutilizadas pelos produtores. Os adubos naturais são muito importantes pois enriquecem o solo com substâncias que os decompositores podem utilizar produzindo maior quantidade de matéria mineral que aumenta a produtividade ao nível dos produtores.


Teias alimentares

Normalmente não existem cadeias alimentares isoladas nos ecossistemas. As transferências de matéria e de energia envolvem conjuntos de escolhas de alimento por ser vivo. Assim as cadeias alimentares estão ligadas entre si formando as teias alimentares.


Fluxo de matéria e de energia

O fluxo de energia que atravessa um ecossistema é unidireccional. A principal fonte de energia de um ecossistema é o sol. As plantas obtêm a energia directamente do sol, através da fotossíntese. Os animais obtêm energia a partir das plantas e dos animais e animais que consomem.
No processo da respiração, tanto as plantas como os animais transformam energia. Utilizam parte dessa energia para as suas funções vitais e a outra parte é perdida sob a forma de calor, que passa para o ambiente. A quantidade de energia que passa de um nível trófico para outro é de cerca de 10%. Esta é a razão pela qual as cadeias alimentares, geralmente, não têm mais de 5 níveis tróficos, pois a energia disponível vai diminuindo, chegando uma quantidade mínima aos últimos organismos. Assim, geralmente, verifica-se uma diminuição no número de organismos, em cada nível trófico.
A matéria circula no ecossistema de uma forma cíclica As plantas, seres vivos autotróficos, utilizam a matéria mineral para sintetizar matéria orgânica, que serve de alimento aos seres heterotróficos como os animais. Quando os seres autotróficos e os seres heterotróficos morrem, as suas excreções e partes mortas são decompostos pelos decompositores que transformam matéria orgânica em mineral, reiniciando o ciclo.


Ciclo da água

Pode admitir-se que a quantidade total de água existente na Terra, nas suas três fases, sólida, líquida e gasosa, se tem mantido constante, desde o aparecimento do Homem. A água da Terra - que constitui a hidrosfera - distribui-se por três reservatórios principais, os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma circulação perpétua - ciclo da água ou ciclo hidrológico. O movimento da água no ciclo hidrológico é mantido pela energia radiante de origem solar e pela atracção gravítica.
Quase toda a água do planeta está concentrada nos oceanos. Apenas uma pequena fracção (menos de 3%) está em terra e a maior parte desta está sob a forma de gelo e neve ou abaixo da superfície (água subterrânea). Só uma fracção muito pequena (cerca de 1%) de toda a água terrestre está directamente disponível ao homem e aos outros organismos, sob a forma de lagos e rios, ou como humidade presente no solo, na atmosfera e como componente dos mais diversos organismos.Pode definir-se ciclo hidrológico como a sequência fechada de fenómenos pelos quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera, na fase de vapor, e regressa àquele, nas fases líquida e sólida.

Pode definir-se ciclo hidrológico como a sequência fechada de fenómenos pelos quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera, na fase de vapor, e regressa àquele, nas fases líquida e sólida.
A transferência de água da superfície do Globo para a atmosfera, sob a forma de vapor, dá-se por evaporação directa, por transpiração das plantas e dos animais e por sublimação (passagem directa da água da fase sólida para a de vapor).A quantidade da água mobilizada pela sublimação no ciclo hidrológico é insignificante perante a que é envolvida na evaporação e na transpiração, cujo processo conjunto se designa por evapotranspiração.O vapor de água é transportado pela circulação atmosférica e condensa-se após percursos muito variáveis, que podem ultrapassar 1000 km. A água condensada dá lugar à formação de nevoeiros e nuvens e a precipitação a partir de ambos.A precipitação pode ocorrer na fase líquida (chuva ou chuvisco) ou na fase sólida (neve, granizo ou saraiva). A água precipitada na fase sólida apresenta-se com estrutura cristalina no caso da neve e com estrutura granular, regular em camadas, no caso do granizo, e irregular, por vezes em agregados de nódulos, que podem atingir a dimensão de uma bola de ténis, no caso da saraiva.A precipitação inclui também a água que passa da atmosfera para o globo terrestre por condensação do vapor de água (orvalho) ou por congelação daquele vapor (geada) e por intercepção das gotas de água dos nevoeiros (nuvens que tocam no solo ou no mar).A água que precipita nos continentes pode tomar vários destinos. Uma parte é devolvida directamente à atmosfera por evaporação; a outra origina escoamento à superfície do terreno, escoamento superficial, que se concentra em sulcos, cuja reunião dá lugar aos cursos de água. A parte restante infiltra-se, isto é, penetra no interior do solo, subdividindo-se numa parcela que se acumula na sua parte superior e pode voltar à atmosfera por evapotranspiração e noutra que caminha em profundidade até atingir os lençóis aquíferos (ou simplesmente aquíferos) e vai constituir o escoamento subterrâneo.Tanto o escoamento superficial como o escoamento subterrâneo vão alimentar os cursos de água que desaguam nos lagos e nos oceanos, ou vão alimentar directamente estes últimos.O escoamento superficial constitui uma resposta rápida à precipitação e cessa pouco tempo depois dela. Por seu turno, o escoamento subterrâneo, em especial quando se dá através de meios porosos, ocorre com grande lentidão e continua a alimentar os cursos de água longo tempo após ter terminado a precipitação que o originou.Assim, os cursos de água alimentados por aquíferos apresentam regimes de caudal mais regulares.Os processos do ciclo hidrológico decorrem, como se descreveu, na atmosfera e no globo terrestre, pelo que se pode admitir dividido o ciclo da água em dois ramos: aéreo e terrestre.A água que precipita nos continentes vai, assim, repartir-se em três parcelas: uma que é reenviada para a atmosfera por evapotranspiração e duas que produzem escoamento superficial e subterrâneo.Esta repartição é condicionada por vários factores, uns de ordem climática e outros respeitantes às características físicas do local onde incide a precipitação: pendente, tipo de solo, seu uso e estado, e subsolo.Assim, a precipitação, ao incidir numa zona impermeável, origina escoamento superficial e evaporação directa da água que se acumula e fica disponível à superfície. Incidindo num solo permeável, pouco espesso, assente numa formação geológica impermeável, produz escoamento superficial (e, eventualmente, uma forma de escoamento intermédia - escoamento subsuperficial), evaporação da água disponível à superfície e ainda evapotranspiração da água que foi retida pela camada do solo de onde pode passar à atmosfera. Em ambos os casos não há escoamento subterrâneo; este ocorre no caso de a formação geológica subjacente ao solo ser permeável e espessa.A energia solar é a fonte da energia térmica necessária para a passagem da água das fases líquida e sólida para a fase do vapor; é também a origem das circulações atmosféricas que transportam vapor de água e deslocam as nuvens.A atraccão gravítica dá lugar à precipitação e ao escoamento. O ciclo hidrológico é uma realidade essencial do ambiente. É também um agente modelador da crosta terrestre devido à erosão e ao transporte e deposição de sedimentos por via hidráulica. Condiciona a cobertura vegetal e, de modo mais genérico, a vida na Terra.O ciclo hidrológico à escala planetária pode ser encarado como um sistema de destilação gigantesco, estendido a todo o Globo. O aquecimento das regiões tropicais devido à radiação solar provoca a evaporação contínua da água dos oceanos, que é transportada sob a forma de vapor pela circulação geral da atmosfera, para outras regiões. Durante a transferência, parte do vapor de água condensa-se devido ao arrefecimento e forma nuvens que originam a precipitação. O retorno às regiões de origem resulta da acção combinada do escoamento proveniente dos rios e das correntes marítimas.
As actividades humanas afectam o ciclo da água em muitas das suas fases: a água á retirada para usos domésticos e devolvida ao ciclo, muitas vezes poluída; as centrais eléctricas e as unidades industriais utilizam a água nos processos de fabrico e para o arrefecimento, produzindo ao mesmo tempo dióxido de enxofre que passa a integrar a água das chuvas, caindo sob a forma de chuvas ácidas. Os fertilizantes e pesticidas para a agricultura, que se acumulam nos solos, contribuem também para a poluição das águas subterrâneas e por consequência para a poluição das águas dos rios, do mar e dos lagos.


Crescimento das populações

O número de indivíduos que constituem cada população num ecossistema não é fixo, experimenta oscilações conforme as circunstâncias.
Os seres vivos que constituem as diferentes populações através da reprodução deixam descendentes. Os nascimentos fazem aumentar o número de indivíduos, mas, do mesmo modo, as mortes fazem diminuir esse número. Também a imigração e a emigração fazem oscilar mais ou menos significativamente o tamanho das populações. O crescimento das populações não é ilimitado. As populações necessitam de recursos do meio para sobreviver e esses recursos têm limites.
Em muitas situações as populações exercem controlo mútuo sobre o respectivo crescimento. É o caso, por exemplo, da relação predador-presa.
A predação evita um crescimento excessivo da população de presas, mantendo-se um número de indivíduos da população das presas que pode ser sustentado pelo ambiente. Quando o homem interfere com alguma das populações causa desequilíbrio nos ecossistemas.


Ecossistema em mudança: Sucessão Ecológica

As comunidades naturais mudam ao longo do tempo, substituindo-se umas às outras, numa dada área. Além disso, a vida pode instalar-se e proliferar em locais que nunca foram povoados anteriormente, como por exemplo as ilhas de origem vulcânica.
A dispersão dos seres vivos a longa distância pode ser realizada de diversas formas. Há plantas que são transportadas pelo mar, sobretudo aquelas em que as sementes ou frutos suportam bem a água salgada. Há animais terrestres que podem viajar transportados em troncos, que funcionam como verdadeiras jangadas. Os mamíferos são pouco resistentes quando as condições ambientais não lhes são favoráveis, Contrariamente os repteis podem sobreviver mais facilmente sem comer nem beber e, devido ao seu corpo ser coberto por escamas resistem bem à secura. Os seres vivos também podem ser transportados pelo ar. Esporos e sementes de algumas plantas, assim como muitos insectos, são facilmente transportados pelo vento. As aves também aproveitam as correntes de ar para facilmente vencerem grandes distâncias. Elas transportam inúmeros organismos vivos, bastantes sementes presas nas penas e no bico ou ainda contidas no seu sistema digestivo, que, se escaparem á digestão, poderão germinar mais tarde.
Os primeiros seres vivos a fixarem-se numa região anteriormente não habitada são geralmente organismos pouco exigentes e constituem a comunidade pioneira. Os seres vivos da comunidade pioneira mudam gradualmente as condições do meio, o que permite que outras espécies se fixem, substituindo progressivamente as espécies pioneiras. Essas novas comunidades, por sua vez, alteram as condições ambientais, criando condições para a instalação de outras. Assim, vão sendo substituídas sucessivamente por comunidades mais estáveis e duradouras. A comunidade mais estável e duradoura é designada de comunidade clímax. As comunidades que se sucedem entre a comunidade pioneira e a comunidade clímax designam-se de comunidades serais.
Assim a evolução gradual que ocorre num ecossistema, desde uma comunidade inicial simples até outras comunidades mais complexas, duradouras e estáveis, tem o nome de sucessão ecológica. A sucessão ecológica que se inicia numa área anteriormente estéril como é o caso das ilhas vulcânicas, da areia das dunas, de rochas nuas ou de um lago recém-formado, é chamada sucessão primária.
Por vezes, devido a catástrofes naturais, como incêndios, inundações, vulcanismo, ou devido à intervenção humana, tanto através da desflorestação como da emissão de produtos poluentes, ou mesmo devido ao abandono de terras de cultura numa determinada zona, uma comunidade pode ser destruída ou, pelo menos, parcialmente aniquilada. Consequentemente, uma nova comunidade pode surgir nesse local e evoluir no tempo, constituindo este processo uma sucessão ecológica.

Factores Abióticos

Em qualquer ecossistema os seres vivos estabelecem relações entre si (factores bióticos) e com o meio que os rodeia (factores abióticos).
Os factores bióticos e abióticos são factores do ambiente que influenciam o comportamento dos seres vivos.
Os factores abióticos são a Temperatura, a Água (que inclui a Humidade e a Pluviosidade), a Luz solar e o Solo. Estes factores interagem entre si e com os seres vivos, influenciando-se e condicionando assim as características dos ecossistemas.

Cada ser vivo tem limites de tolerância em relação aos factores abióticos e, quando esses limites são ultrapassados, o ser vivo desenvolve mecanismos de adaptação ou então não sobrevive.
As plantas reagem a estímulos ambientais e necessitam de luz para realizarem a fotossíntese. A sua presença permite a existência de clorofilas, sendo por isso a cor verde uma das suas características. Quando as sementes estão em regime de obscuridade observa-se germinação da semente e um consequente fraco desenvolvimento da planta. Quando as sementes estão expostas a luz artificial e à luz solar (ou luz ambiente) verifica-se germinação da semente de feijão. Assim, o factor Luz não influência a germinação das sementes de feijão mas influencia o desenvolvimento da planta, uma vez que na ausência de luz as plantas não conseguem realizar a fotossíntese.
A germinação das sementes, o desabrochar dos botões, a formação dos frutos, só se verificam entre limites naturais de temperatura, variando de espécie para espécie. Quando colocadas sementes de feijão a germinar em condições de temperaturas muito baixas (frigorífico) ou temperaturas muito elevadas (estufa) não se verifica germinação. Contudo, as sementes germinam quando expostas à temperatura ambiente.
Todos os organismos necessitam de água para realizarem as suas funções vitais. A quantidade de humidade, nenhuma ou em excesso, não proporciona a germinação das sementes de feijão. Uma quantidade moderada de humidade propicia a germinação.
A quantidade de água e a temperatura adequada são exemplos de factores abióticos que condicionam a germinação das plantas.
O “V de Gowin”, processo metodológico desenvolvido por Gowin, tem como finalidade ilustrar a interacção entre os elementos conceptuais, procedimentais e atitudinais em relação a um determinado assunto, que é apresentado na forma de uma pergunta a ser respondida. Este instrumento, como o seu nome indica, apresenta-se sob a forma de um V. No centro do V será redigida a pergunta central que motiva e é origem de todo o processo de aprendizagem. No vértice do V encontram-se os acontecimentos / objectos com uma breve descrição das atitudes a tomar para a realização do trabalho prático, e como usar o material. Do lado esquerdo do V situa-se a Ala Conceptual, onde se regista a teoria em estudo, os princípios implícitos para compreendermos a actividade experimental e por fim os Conceitos, palavras-chave cujo significado deve ser conhecido. A Ala Procedimental situa-se do lado direito do V. Aqui registam-se os resultados observados e as conclusões, a resposta à questão central.
Para além dos factores bióticos, qualquer ecossistema é também caracterizado pelos factores abióticos (não vivos) ou físico-químicos, que são aqueles que estão relacionados com as características do meio. Os diferentes factores abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os factores climáticos, como a luz, a temperatura e a humidade, que caracterizam o clima de uma região - e os factores edáficos, dos quais se destacam a composição química e a estrutura do solo. São os factores abióticos que determinam a existência das populações de seres vivos nuns locais e noutros não. São também eles que limitam a distribuição das populações no meio ambiente.

§ ACÇÃO DA LUZ:

A luz é indispensável à vida e influencia a actividade e o comportamento dos seres vivos. O fotoperíodo, número de horas de luz por dia, vai influenciar a actividade dos seres vivos: diurnos se a sua actividade ocorre mais durante o dia (exemplo: leões, tigres, camaleões, etc.); nocturnos se estão mais activos durante a noite (exemplo: morcegos, gálago). Quanto ao habitat: os animais podem ser Lucífilos, se procuram locais bem iluminados (ex: borboletas, cobras, insectos) ou Lucífugos, se fogem à luz (ex: morcego, minhocas, toupeiras). Do mesmo modo há plantas que se desenvolvem em locais bem iluminados e outras atingem o seu máximo desenvolvimento em locais sombrios.
O fotoperíodo condiciona, nos animais, acontecimentos como a mudança de pelagem (ex: Lebre-do-ártico tem pelagem castanha no Verão e branca no Inverno), a migração (ex: Andorinhas passam o Inverno no pólo sul) e reprodução (ex: trutas desovam no mês de Novembro). Associada à mudança de pelagem está o mimetismo, em que os seres vivos criam adaptações de forma a confundirem-se com o meio onde estão inseridos (ex: a Lebre-do-ártico com a pelagem castanha no Verão, para passar despercebido com a vegetação e branca no Inverno para se confundir com a neve).
Os animais também apresentam adaptações morfológicas às variações da temperatura. Assim, os animais das regiões frias têm uma camada de gordura, muito pêlo ou penas e extremidades reduzidas (focinho e orelhas).
Nas plantas a luz influencia a distribuição, morfologia e o crescimento das plantas. Assim, as plantas que necessitam de bastante luz, árvores e cereais, desenvolvem-se em locais bem iluminados. Outras plantas como o musgo e os fetos crescem melhor em locais com pouca luz. Embora a luz seja essencial para a planta produzir seu próprio alimento, fotossíntese, também influencia outros aspectos, como a floração e a germinação.


§ ACÇÃO DA TEMPERATURA:

A temperatura é a quantidade de calor presente num dado ambiente. A maioria dos animais apresenta temperatura corporal variável com a temperatura do ambiente (ex: crocodilos, répteis, anfíbios). Animais como aves e mamíferos apresentam uma temperatura corporal constante, uma vez que têm a capacidade de regular a sua temperatura interna, independentemente da temperatura ambiente.
Os limites de tolerância às variações de temperatura são muito variáveis. Quando são ultrapassados, os seres com menor resistência alteram os seus comportamentos de modo a sobreviverem à época desfavorável. Para isso adoptam comportamentos como a hibernação, a estivação e as migrações.

v Hibernação: No Inverno os alimentos escasseiam e alguns animais como o arganaz e o rato das avelãs têm de reduzir a sua actividade de modo a pouparem o máximo de energia. Assim, a temperatura do seu corpo diminui, a respiração e o ritmo cardíaco abrandam e entram num sono profundo denominado letargo. Para que isto seja possível, o animal tem, durante o Outono, de armazenar energias sob a forma de gordura, o que consegue comendo em excesso. O urso e o esquilo têm uma semi-hibernação, pois nos dias menos invernosos acordam, movimentam-se e procuram alimento.

v Estivação:
Certos animais ficam inactivos durante o tempo quente e seco. Estão neste caso as rãs, os sapos e os pequenos roedores que habitam as zonas tropicais.


v Migrações: Certos animais efectuam longas deslocações que coincidem sempre com a mesma época do ano. Estas deslocações têm como finalidade principal a procura de regiões, onde as temperaturas sejam mais favoráveis para encontrarem alimentos ou para a procriação, como acontece com a andorinha-do-mar, as zebras
Os animais também apresentam adaptações morfológicas às variações da temperatura. Assim, os animais das regiões frias têm uma camada de gordura, muito pêlo ou penas e extremidades reduzidas (focinho e orelhas). Os animais das regiões quentes apresentam pouco pêlo e extremidades longas.

A vida só é possível dentro de certos limites de temperatura, sendo estes limites variáveis de espécie para espécie. Cada espécie está adaptada a uma temperatura que lhe permite um desenvolvimento pleno - temperatura óptima. Contudo existem temperaturas que lhe podem ser fatais. Se essa temperatura for abaixo da sua temperatura óptima designa-se por temperatura de morte pelo frio. Se a temperatura que lhe causa a morte for superior à temperatura óptima designa-se por temperatura de morte pelo calor.

§ A ÁGUA E A SUA RELAÇÃO COM OS SERES VIVOS:

A água é o principal constituinte da matéria viva, ocupando por vezes 90% da sua constituição. Garantir a quantidade de água necessária ao organismo é uma actividade essencial de todos os seres vivos.
No ambiente terrestre, a água actua principalmente sob a forma de vapor - humidade atmosférica - que, ao condensar-se na atmosfera, pode originar pluviosidade ou outras precipitações, como neve ou granizo.

v Importância da Pluviosidade
A pluviosidade influencia a abundância e distribuição de vegetação em todos as regiões do globo. As diferentes florestas existentes na Terra, que são ambientes de grande importância biológica, correspondem a zonas de diferentes pluviosidades.

v A Humidade e as Características dos Seres Vivos
As plantas que vivem em locais secos apresentam adaptações no sentido de obter e armazenar água. Igualmente, os animais que vivem nestes locais apresentam a pele impermeável, para diminuir as perdas de água por evaporação. Os seres que acabámos de referir habitam em locais onde a água escasseia, sendo designados por seres xerófilos.
Em oposição aos seres xerófilos, existem outros com adaptações a ambientes aquáticos – seres hidrófilos – e a ambientes extremamente húmidos - seres higrófilos. Outros, ainda, preferem ambientes medianamente húmidos sendo denominados seres mesófilos.
Os seres higrófilos, mesófilos e xerófilos distribuem-se de modo diferente no seu meio, respectivamente pelos locais aos quais se encontram adaptados.
Os seres vivos deslocam-se sobre um substrato que pode ser a água ou o solo.
A água é o principal constituinte da matéria viva, ocupando por vezes 90% da sua constituição. Garantir a quantidade de água necessária ao organismo é uma actividade essencial de todos os seres vivos.
A salinidade – concentração de sais na água - é um factor que influencia a distribuição dos seres vivos. Os seres vivem que habitam num rio são diferentes daqueles que existem no oceano.
A turvação – presença de partículas do solo em suspensão que impedem a passagem da Luz - também influencia a distribuição, o comportamento e a morfologia dos seres aquáticos.

COMPOSIÇÃO DO SOLO:
Quanto ao factor Solo, este é constituído por matéria inorgânica, matéria orgânica, água, seres vivos e ar. Este factor é a base dos ecossistemas terrestres, uma vez que é o suporte físico do ecossistema, e a fonte dos recursos necessários à fotossíntese das plantas, sendo nomeadamente o reservatório de água e de sais minerais do ecossistema. que influenciam a fixação de plantas e outros seres vivos.

O solo pode ser do tipo arenoso e argiloso consoante as suas características de permeabilidade e porosidade que influenciam a fixação de plantas e outros seres vivos.

A porosidade de um solo define-se pelo o espaço existente entre as partículas do solo, que podem ser ocupadas pelo ar e pela água. Os poros de maiores dimensões facilitam a circulação de água e do ar e a penetração de raízes (solos arenosos), enquanto que os de menores dimensões permitem a retenção de água (solos argilosos).
Relacionada com a porosidade de um solo está a sua permeabilidade – a maior ou menor facilidade com que o solo é atravessado pela água – e a capacidade de retenção, que diz respeito à capacidade de um solo reter humidade.
As areias têm baixa capacidade de retenção, o que tende a fazer dos solos arenosos pobres para exploração agrícola, enquanto que as argilas, como são capazes de absorver a água, manifestam uma boa capacidade de retenção.
O solo é indispensável à vida das plantas que nele se desenvolvem. Estas plantas são consumidas pelos herbívoros, os quais são consumidos pelos predadores.
A sobrevivência de qualquer espécie depende da produtividade do solo, isto é, da abundância de vegetação, condicionando a quantidade de alimento para os herbívoros e consequentemente para os predadores.
Na Natureza, existe um equilíbrio dinâmico que resulta da interdependência existente entre todos os componentes de um ecossistema.