Ciencias Naturais 8º

Monday, May 28, 2007

RECURSOS HÍDRICOS

Recursos hídricos são as águas superficiais e subterrâneas que estão à disposição do Homem.
O planeta Terra é composto maioritariamente de água, havendo mesmo alguns autores que referem que este planeta, devido a este facto, devia chamar-se planeta Água ou planeta Oceano. A água disponível para consumo humano é de quantidade diminuta, uma vez que os oceanos são a grande maioria da água terrestre, estando dois terços da restante retidos em forma de gelo, nos pólos ou no cimo das montanhas, em forma de glaciares.
A água doce disponível distribui-se maioritariamente por rios, lagos, ribeiros e lençóis de água subterrâneos, sendo estes últimos a principal fonte de água doce para o Homem.
A água obedece a um ciclo complexo, que envolve também o solo e a atmosfera. A água existente nos oceanos evapora por acção do calor, o que vai levar à sua transferência para a atmosfera; aqui a água concentra-se, formando nuvens, que são arrastadas por correntes de ar para os continentes. Encontrando um obstáculo físico, como uma montanha, a água é levada a condensar mais ainda pelas baixas temperaturas e a cair sob a forma de chuva ou neve. Acumula-se então aqui em bacias hidrográficas, ou em gelo nos picos, indo lentamente e pela acção da gravidade percorrendo trilhos definidos (rios, ribeiros) até ao mar, onde retorna à origem. Pelo caminho, modificou a sua composição química, que depende por onde passou e quais os minerais que nela se foram dissolvendo.
As sociedades humanas usam os Recursos hídricos desde há muitos milénios, para os mais variados fins. A agricultura, desde a sedentarização do Homem, ocupou lugar de destaque na utilização destes recursos, que permitem uma maior rentabilização dos campos agrícolas. No século XX, com o aumento demográfico e a maior disponibilidade de terras para cultivo causada pelo êxodo das populações para os grandes centros urbanos, a agricultura sofreu um enorme desenvolvimento, auxiliado também pelo maior tecnológico dos instrumentos agrícolas, o que levou a aumentos de produção. Esta produção extra também trouxe mais gasto de água nesta actividade, levando a maiores desvios dos cursos de água e a impactos ambientais com grandes efeitos negativos.
Em termos domésticos, as utilizações variaram, sendo dado maior relevo a certas actividades até aí inexistentes ou negligenciadas, como a higiene pessoal ou o saneamento de resíduos sólidos domésticos. A higiene tornou-se uma medida importante na prevenção de doenças, mas acarretou um aumento da exploração dos Recursos hídricos.
O desenvolvimento industrial, com o crescimento que teve no século XX, necessitou de mais água para a sua actividade, seja como solvente, agente de refrigeração ou produto intermédio de certas reacções, levou também ao aumento da utilização desta substância nesta actividade.
Em Portugal, um país considerado desenvolvido, esta situação também se verifica, sendo os nossos Recursos hídricos grandemente utilizados para a agricultura, a produção de energia e as actividades industriais.
As actividades industriais, agrícolas e domésticas sofreram grande desenvolvimento ao longo do século XX, o que levou a maiores consumos destes recursos. Contudo, não foi apenas o maior consumo de água que provocou problemas ecológicos de grande monta. Os produtos despejados através dos esgotos domésticos e industriais levaram a uma grande contaminação dos Ecossistemas com produtos altamente tóxicos que, podendo não levar à morte imediata dos seres vivos, sofre amplificação nas cadeias tróficas, afectando todos os níveis e levando à destruição lenta dos Ecossistemas envolvidos. Os produtos de limpeza domésticos, como os detergentes, são também um problema ecológico, já que contribuem com substâncias que levam ao desequilíbrio dos Ecossistemas aquáticos, com o desenvolvimento exagerado de certas algas que provocam, a médio-longo prazo, a morte dos restantes seres vivos destes Ecossistemas, como os peixes.
A actividade agrícola também contribui com poluentes para o ambiente, já que a exigência de maior produção levou à adopção de medidas como adição de adubos sintéticos, que sofrem lixiviação e vão integrar os lençóis freáticos, que servem depois para a alimentação humana ou são integrados em ambientes aquáticos, afectando estes Ecossistemas.
A água distribui-se de forma muito desigual pelo globo terrestre. Enquanto certas zonas têm farto acesso a Recursos hídricos de grande qualidade ao longo de todo o ano, outros locais têm acesso limitado a água, e mesmo esta pode não ser de qualidade aconselhável. É portanto um recurso que, por ser essencial à sobrevivência dos organismos vivos e por ser tão escasso em certos locais, pode ser motivo de guerras humanas, que podem ser ainda mais destrutivas do que as actividades hoje desenvolvidas.
Atendendo à composição química, as águas minerais podem ser classificadas como: águas de nascente, caracterizadas por serem pouco mineralizadas e com circulação superficial; águas minerais, captadas em profundidade e apresentando maior concentração de um mais elementos químicos; águas termais, que resultam normalmente da passagem de cursos de água junto de câmaras magmáticas; e águas medicinais, utilizadas para fins terapêuticos, pelas suas características químicas especiais.
A escassez cada vez maior de água potável pode levar este tipo de recurso, considerado renovável, à categoria de não-renovável. A manutenção dos ambientes com níveis de intervenção humana tendencialmente baixos, em que o equilíbrio existente seja pouco afectado por estruturas como centrais de produção de energia, por exemplo, ou certas indústrias, é o objectivo actual das sociedades desenvolvidas, tendo inclusive a União Europeia criado a Carta Europeia da Água, uma vez que segundo esta instituição “a água é um património que é necessário proteger, tratar e defender como tal”.

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