Ciencias Naturais 8º

Thursday, January 25, 2007

Factores Abióticos

Em qualquer ecossistema os seres vivos estabelecem relações entre si (factores bióticos) e com o meio que os rodeia (factores abióticos).
Os factores bióticos e abióticos são factores do ambiente que influenciam o comportamento dos seres vivos.
Os factores abióticos são a Temperatura, a Água (que inclui a Humidade e a Pluviosidade), a Luz solar e o Solo. Estes factores interagem entre si e com os seres vivos, influenciando-se e condicionando assim as características dos ecossistemas.

Cada ser vivo tem limites de tolerância em relação aos factores abióticos e, quando esses limites são ultrapassados, o ser vivo desenvolve mecanismos de adaptação ou então não sobrevive.
As plantas reagem a estímulos ambientais e necessitam de luz para realizarem a fotossíntese. A sua presença permite a existência de clorofilas, sendo por isso a cor verde uma das suas características. Quando as sementes estão em regime de obscuridade observa-se germinação da semente e um consequente fraco desenvolvimento da planta. Quando as sementes estão expostas a luz artificial e à luz solar (ou luz ambiente) verifica-se germinação da semente de feijão. Assim, o factor Luz não influência a germinação das sementes de feijão mas influencia o desenvolvimento da planta, uma vez que na ausência de luz as plantas não conseguem realizar a fotossíntese.
A germinação das sementes, o desabrochar dos botões, a formação dos frutos, só se verificam entre limites naturais de temperatura, variando de espécie para espécie. Quando colocadas sementes de feijão a germinar em condições de temperaturas muito baixas (frigorífico) ou temperaturas muito elevadas (estufa) não se verifica germinação. Contudo, as sementes germinam quando expostas à temperatura ambiente.
Todos os organismos necessitam de água para realizarem as suas funções vitais. A quantidade de humidade, nenhuma ou em excesso, não proporciona a germinação das sementes de feijão. Uma quantidade moderada de humidade propicia a germinação.
A quantidade de água e a temperatura adequada são exemplos de factores abióticos que condicionam a germinação das plantas.
O “V de Gowin”, processo metodológico desenvolvido por Gowin, tem como finalidade ilustrar a interacção entre os elementos conceptuais, procedimentais e atitudinais em relação a um determinado assunto, que é apresentado na forma de uma pergunta a ser respondida. Este instrumento, como o seu nome indica, apresenta-se sob a forma de um V. No centro do V será redigida a pergunta central que motiva e é origem de todo o processo de aprendizagem. No vértice do V encontram-se os acontecimentos / objectos com uma breve descrição das atitudes a tomar para a realização do trabalho prático, e como usar o material. Do lado esquerdo do V situa-se a Ala Conceptual, onde se regista a teoria em estudo, os princípios implícitos para compreendermos a actividade experimental e por fim os Conceitos, palavras-chave cujo significado deve ser conhecido. A Ala Procedimental situa-se do lado direito do V. Aqui registam-se os resultados observados e as conclusões, a resposta à questão central.
Para além dos factores bióticos, qualquer ecossistema é também caracterizado pelos factores abióticos (não vivos) ou físico-químicos, que são aqueles que estão relacionados com as características do meio. Os diferentes factores abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os factores climáticos, como a luz, a temperatura e a humidade, que caracterizam o clima de uma região - e os factores edáficos, dos quais se destacam a composição química e a estrutura do solo. São os factores abióticos que determinam a existência das populações de seres vivos nuns locais e noutros não. São também eles que limitam a distribuição das populações no meio ambiente.

§ ACÇÃO DA LUZ:

A luz é indispensável à vida e influencia a actividade e o comportamento dos seres vivos. O fotoperíodo, número de horas de luz por dia, vai influenciar a actividade dos seres vivos: diurnos se a sua actividade ocorre mais durante o dia (exemplo: leões, tigres, camaleões, etc.); nocturnos se estão mais activos durante a noite (exemplo: morcegos, gálago). Quanto ao habitat: os animais podem ser Lucífilos, se procuram locais bem iluminados (ex: borboletas, cobras, insectos) ou Lucífugos, se fogem à luz (ex: morcego, minhocas, toupeiras). Do mesmo modo há plantas que se desenvolvem em locais bem iluminados e outras atingem o seu máximo desenvolvimento em locais sombrios.
O fotoperíodo condiciona, nos animais, acontecimentos como a mudança de pelagem (ex: Lebre-do-ártico tem pelagem castanha no Verão e branca no Inverno), a migração (ex: Andorinhas passam o Inverno no pólo sul) e reprodução (ex: trutas desovam no mês de Novembro). Associada à mudança de pelagem está o mimetismo, em que os seres vivos criam adaptações de forma a confundirem-se com o meio onde estão inseridos (ex: a Lebre-do-ártico com a pelagem castanha no Verão, para passar despercebido com a vegetação e branca no Inverno para se confundir com a neve).
Os animais também apresentam adaptações morfológicas às variações da temperatura. Assim, os animais das regiões frias têm uma camada de gordura, muito pêlo ou penas e extremidades reduzidas (focinho e orelhas).
Nas plantas a luz influencia a distribuição, morfologia e o crescimento das plantas. Assim, as plantas que necessitam de bastante luz, árvores e cereais, desenvolvem-se em locais bem iluminados. Outras plantas como o musgo e os fetos crescem melhor em locais com pouca luz. Embora a luz seja essencial para a planta produzir seu próprio alimento, fotossíntese, também influencia outros aspectos, como a floração e a germinação.


§ ACÇÃO DA TEMPERATURA:

A temperatura é a quantidade de calor presente num dado ambiente. A maioria dos animais apresenta temperatura corporal variável com a temperatura do ambiente (ex: crocodilos, répteis, anfíbios). Animais como aves e mamíferos apresentam uma temperatura corporal constante, uma vez que têm a capacidade de regular a sua temperatura interna, independentemente da temperatura ambiente.
Os limites de tolerância às variações de temperatura são muito variáveis. Quando são ultrapassados, os seres com menor resistência alteram os seus comportamentos de modo a sobreviverem à época desfavorável. Para isso adoptam comportamentos como a hibernação, a estivação e as migrações.

v Hibernação: No Inverno os alimentos escasseiam e alguns animais como o arganaz e o rato das avelãs têm de reduzir a sua actividade de modo a pouparem o máximo de energia. Assim, a temperatura do seu corpo diminui, a respiração e o ritmo cardíaco abrandam e entram num sono profundo denominado letargo. Para que isto seja possível, o animal tem, durante o Outono, de armazenar energias sob a forma de gordura, o que consegue comendo em excesso. O urso e o esquilo têm uma semi-hibernação, pois nos dias menos invernosos acordam, movimentam-se e procuram alimento.

v Estivação:
Certos animais ficam inactivos durante o tempo quente e seco. Estão neste caso as rãs, os sapos e os pequenos roedores que habitam as zonas tropicais.


v Migrações: Certos animais efectuam longas deslocações que coincidem sempre com a mesma época do ano. Estas deslocações têm como finalidade principal a procura de regiões, onde as temperaturas sejam mais favoráveis para encontrarem alimentos ou para a procriação, como acontece com a andorinha-do-mar, as zebras
Os animais também apresentam adaptações morfológicas às variações da temperatura. Assim, os animais das regiões frias têm uma camada de gordura, muito pêlo ou penas e extremidades reduzidas (focinho e orelhas). Os animais das regiões quentes apresentam pouco pêlo e extremidades longas.

A vida só é possível dentro de certos limites de temperatura, sendo estes limites variáveis de espécie para espécie. Cada espécie está adaptada a uma temperatura que lhe permite um desenvolvimento pleno - temperatura óptima. Contudo existem temperaturas que lhe podem ser fatais. Se essa temperatura for abaixo da sua temperatura óptima designa-se por temperatura de morte pelo frio. Se a temperatura que lhe causa a morte for superior à temperatura óptima designa-se por temperatura de morte pelo calor.

§ A ÁGUA E A SUA RELAÇÃO COM OS SERES VIVOS:

A água é o principal constituinte da matéria viva, ocupando por vezes 90% da sua constituição. Garantir a quantidade de água necessária ao organismo é uma actividade essencial de todos os seres vivos.
No ambiente terrestre, a água actua principalmente sob a forma de vapor - humidade atmosférica - que, ao condensar-se na atmosfera, pode originar pluviosidade ou outras precipitações, como neve ou granizo.

v Importância da Pluviosidade
A pluviosidade influencia a abundância e distribuição de vegetação em todos as regiões do globo. As diferentes florestas existentes na Terra, que são ambientes de grande importância biológica, correspondem a zonas de diferentes pluviosidades.

v A Humidade e as Características dos Seres Vivos
As plantas que vivem em locais secos apresentam adaptações no sentido de obter e armazenar água. Igualmente, os animais que vivem nestes locais apresentam a pele impermeável, para diminuir as perdas de água por evaporação. Os seres que acabámos de referir habitam em locais onde a água escasseia, sendo designados por seres xerófilos.
Em oposição aos seres xerófilos, existem outros com adaptações a ambientes aquáticos – seres hidrófilos – e a ambientes extremamente húmidos - seres higrófilos. Outros, ainda, preferem ambientes medianamente húmidos sendo denominados seres mesófilos.
Os seres higrófilos, mesófilos e xerófilos distribuem-se de modo diferente no seu meio, respectivamente pelos locais aos quais se encontram adaptados.
Os seres vivos deslocam-se sobre um substrato que pode ser a água ou o solo.
A água é o principal constituinte da matéria viva, ocupando por vezes 90% da sua constituição. Garantir a quantidade de água necessária ao organismo é uma actividade essencial de todos os seres vivos.
A salinidade – concentração de sais na água - é um factor que influencia a distribuição dos seres vivos. Os seres vivem que habitam num rio são diferentes daqueles que existem no oceano.
A turvação – presença de partículas do solo em suspensão que impedem a passagem da Luz - também influencia a distribuição, o comportamento e a morfologia dos seres aquáticos.

COMPOSIÇÃO DO SOLO:
Quanto ao factor Solo, este é constituído por matéria inorgânica, matéria orgânica, água, seres vivos e ar. Este factor é a base dos ecossistemas terrestres, uma vez que é o suporte físico do ecossistema, e a fonte dos recursos necessários à fotossíntese das plantas, sendo nomeadamente o reservatório de água e de sais minerais do ecossistema. que influenciam a fixação de plantas e outros seres vivos.

O solo pode ser do tipo arenoso e argiloso consoante as suas características de permeabilidade e porosidade que influenciam a fixação de plantas e outros seres vivos.

A porosidade de um solo define-se pelo o espaço existente entre as partículas do solo, que podem ser ocupadas pelo ar e pela água. Os poros de maiores dimensões facilitam a circulação de água e do ar e a penetração de raízes (solos arenosos), enquanto que os de menores dimensões permitem a retenção de água (solos argilosos).
Relacionada com a porosidade de um solo está a sua permeabilidade – a maior ou menor facilidade com que o solo é atravessado pela água – e a capacidade de retenção, que diz respeito à capacidade de um solo reter humidade.
As areias têm baixa capacidade de retenção, o que tende a fazer dos solos arenosos pobres para exploração agrícola, enquanto que as argilas, como são capazes de absorver a água, manifestam uma boa capacidade de retenção.
O solo é indispensável à vida das plantas que nele se desenvolvem. Estas plantas são consumidas pelos herbívoros, os quais são consumidos pelos predadores.
A sobrevivência de qualquer espécie depende da produtividade do solo, isto é, da abundância de vegetação, condicionando a quantidade de alimento para os herbívoros e consequentemente para os predadores.
Na Natureza, existe um equilíbrio dinâmico que resulta da interdependência existente entre todos os componentes de um ecossistema.

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